sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Vinícola Allegrini - Vêneto – Itália

Partimos no dia seguinte à nossa chegada para a visita à Vinícola Allegrini.
No caminho, paramos para fotografar colhedores de uvas trabalhando em fazenda da região, catando uvas Corvina para fazer os Amarones e Passitos.

A origem do nome da uva provém do corvo, devido à sua cor escura.
Fomos recebidos pela bela Glória, uma reconhecida especialista em vinhos na Itália, que já morou no Brasil e falava um pouco de português.


Iniciamos o passeio pela cantina, com toda sua modernidade e tecnologia.

Fomos em seguida visitar as plantações de uvas, parando pelo caminho para ver a bela paisagem do vale de Valpolicella e um casamento que acontecia numa micro cidadela.

Soubemos que antigamente as plantações eram feitas nos vales, com técnicas antigas, isto pode ter gerado certa descrença nos vinhos Valpolicella.

A visão inovadora do antigo proprietário, Giovanni Allegrini, o levou a comprar terras nas encostas, na época, praticamente sem valor, devido à dificuldade no cultivo.
Hoje nestas encostas, muito valorizadas por sinal, são produzidas uvas e vinhos de melhor qualidade.
Em seguida fomos para a propriedade centenária de Villa dela Torre, uma histórica jóia da arquitetura renascentista, para visita e degustação dos vinhos.

O prédio é utilizado para eventos e estava no dia da visita, ocupado por uma festa de casamento.

Quanto aos vinhos da degustação, tivemos as seguintes informações:
A região do Valpolicella Clássico é entre as mais importantes áreas de produção de vinho na Itália.
Situado na “Região do Veneto”, a noroeste da Cidade de Verona, esta área tem ficado ligada às uvas e ao vinho, desde os tempos antigos, como é confirmado pela etimologia do seu nome: "val polis cellae", que significa: "o vale de muitas adegas de vinho".
O Valpolicella é  também um vale que tem uma terra privilegiada, devido aos seus cenários naturais , monumentos históricos, contexto cultural e suas tradições gastronômicas.
A produção de vinho na região tem sempre estado entre as atividades agriculturais da área.
Traços da atividade enológica na Valpolicella tem sido datados do período Etrusco, entre os séculos VII e V A.C. 
A vinícola Allegrini:
Giovanni Allegrini foi o pai dos proprietários atuais. Ele questionou as práticas locais de plantação de uva e produção de vinho, insistindo na necessidade da qualidade, ao invés do volume de produção.
Ele adicionou o know-how enológico ao rigor em selecionar as uvas, criando então um círculo virtuoso que produz um dos vinhos mais finos de Valpolicella, desde os anos 60.

Depois de sua morte em 1983, seus 3 filhos encabeçaram a produção: Walter, responsável por conduzir a atividade da uva, Franco, um enologista e Marilisa, responsável pelo marketing. Dentro de um período relativamente curto, eles trouxeram à companhia, a posição de liderança na produção internacional do vinho.


A degustação:

O evento foi divinamente dirigido por Diego, que é um brasileiro simpático, que trabalha na vinícola desde o início do ano, juntamente com sua esposa, que cuida dos eventos da propriedade.
Degustamos 4 vinhos da região: Palazzo Della Torre, Amarone e Giovanni Alegrinni e o Brunello de Montalcino produzido na propriedade da Toscana.
No final pedimos para provar o Valpolicella Clássico, que foi abafado pelos excelentes vinhos provados inicialmente.
Palazzo Della Torre:
As vinhas para a produção deste vinho, seguem 2 diferentes caminhos: 70 % das uvas são vinificadas imediatamente depois da colheita, sendo as remanescentes  secadas até o fim de dezembro. Neste ponto, o vinho é fermentado de novo com as frutas secas. São utilizadas as uvas: 70% Corvina Veronese, 25% Rondinella e 5% Sangiovese. É um vinho que combina bem com uma grande  variedade de  risoto (particularmente com porco), variedade de carne grelhada, assada e a tradicional carne “bollito misto” do Veneto.
Amarone:
É um vinho bem estruturado, complexo, elegante e aveludado, com intensa cor rubi. Tem um bouquet quente e de especiarias, com aroma de uvas. De fato, é feito de uvas secas 80% Corvina Veronese, 15% Rondinella e 5% Oseleta. São usadas técnicas de centenas de anos de APPASSIMENTO: após serem colhidas, as uvas são deixadas secar por 3 ou 4 meses. Amarone é um vinho extremamente importante na viticultura italiana, é único e um símbolo respeitável da região Valpolicella. Este vinho é tradicionalmente bebido com uma gama, de carnes tostadas ou grelhadas, caçarolas e queijos bem maturados. Desde que as uvas são secas parcialmente antes da fermentação, Amarone tem um sabor que pode acompanhar também os novos e exóticos pratos doces e salgados. É também um acompanhamento perfeito à comida asiática, com seus temperos e a combinação doce com sal.
 Foto: Método tradicional de secagem da uva
Recioto Giovanni Allegrini:
Este vinho suave,  cor rubi profundo, tem bouquet de especiarias com toques de fruta seca e é profundo e aveludado no palato. Ele divide com o Amarone a técnica de APPASSIMENTO. Este método consiste na seca natural das uvas Corvina Veronese (80%), Rondinella (15%) e Oseleta (5%), mas diferem no processo de fermentação que é interrompido, antes que todo açúcar da uva se transforme em álcool. Este vinho é extraordinariamente concentrado. Tradicionalmente este vinho é apreciado com sobremesas secas, como, cantucci (biscoito de amêndoa), sbrisolona (biscoitinho frito com canela) mas é também ideal com morango e frutas tropicais. Graças à sua excepcional redondeza, é um perfeito parceiro para alguns queijos, especialmente o Gorgonzola suave.
Valpolicella Clássico:
Conforme Ernest Hemingway, o Valpolicella é um vinho tinto luminoso e seco, amigável como a casa de seu irmão, se ele for um bom amigo. Ele é feito de três variedades de uvas: Corvina Veronese (65%), Rondinella (30%) e Molinara (5%). Ele combina com antepastos italianos, sopas, cozinha mediterrâne, inclusive com  churrasco.

Um comentário:

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